ABSTRACT
O empiema pleural é uma doença grave, de elevado custo social e econômico. A falta de total conhecimento da patologia, justifica novos estudos prospectivos, randomizados e controlados, para que se conheçam sua fisiopatologia, sua evoluçäo e, também, para que o seu tratamento seja sistematizado sob evidência clínica, contribuindo para a diminuiçäo da morbimortalidade. Há necessidade de ampliaçäo desse conhecimento, bem como criar-se modelos experimentais reprodutíveis, de baixo custo, que simulem a afecçäo no homem e que possa trazer contribuiçöes à prática médica. Realizou-se uma pesquisa com o objetivo de desenvolver um novo modelo experimental de empiema pleural em ratos. Utilizaram-se vinte e quatro ratos fêmeas Wistar (n=24), com peso médio de 260 gr, divididos aleatoriamente em dois grupos: Grupo I, controle (n=12) e Grupo II, casos (n=12). Os ratos foram anestesiados e receberam 0,2 ml de inóculo de celulose microfina, diluída em "Tryptic Soy Broth", na cavidade pleural direita. O inóculo do Grupo I era estéril e no Grupo II havia populaçäo de 10 de Staphylococcus aureus. Decorridas 24 horas da intervençäo, realizou-se punçäo cardíaca, com aspiraçäo de 0,6 ml de sangue, para realizaçäo de hemogramas e de hemoculturas. Todas as hemoculturas do Grupo I foram negativas e as do Grupo II positivas para Staphylococcus aureus. No quarto dia procederam-se estudos radiológicos de tórax. No sétimo dia após o inóculo retirou-se sangue da cauda para hemograma e os ratos foram posteriormente sacrificados. Durante a necropsia foi colhido material do espaço pleural com alça metálica, que foi semeado em meio para cultura Tryptic Soy Broth (TSB), e foi retirado todo o gradil costal para estudo anatomopatológico. Näo houve casos de empiema pelural no Grupo I, enquanto que em todos os ratos do Grupo II observou-se processo infeccioso no hemitórax direito, seis ratos desenvolveram infecçäo contra lateral. Näo houve mortalidade em nenhum dos grupos estudados. Conclui-se que o experimento atendeu ao objetivo da pesquisa, tendo em vista que desenvolveu-se empiema (confirmado pelo estudo histopatológico) em 100 porcento dos ratos que receberam inóculo contaminado por Staphylococcus aureus.